MIJUNH MÁG FI

Exposição e Performance
Abertura: 15.10, 20h
Encerramento: 03.11
Local: Casa Musgo

Geórgia Macedo
Iracema Gah Teh
Vera Kaingang

Endereço: Av. Venâncio Aires, 860, Porto Alegre
Visitação: Ter. a Sex. das 14h às 18h. Sab. e Dom. das 10h às 18h

“MIJUNH MÁG FI” é uma exposição que apresenta fotografias performadas por Geórgia Macedo e Iracema Gah Teh nas margens de Goj Bag, o Rio Guaíba, e uma escultura feita de cipó criada pela professora e artista visual Vera Kaingang. Apesar do silêncio em relação a presença do Povo Kaingang nas narrativas de transformação de Pó Oré, hoje conhecida como Porto Alegre, a artista e antropóloga Geórgia Macedo, ao pesquisar sobre o porto da cidade encontra uma imagem sem autoria da década de 60 em que corpos e cestos kaingang se fazem presentes, contando sobre o que não estava sendo dito. A partir desse dispositivo, Geórgia e Gah Teh dialogam em imagem e com seus corpos através de uma performance que traz a presença de mijun mág, a grande jibóia que habitava os rios destes territórios. Vera, por sua vez, apresenta uma mijunh feita com o cipó utilizado para a criação de cestos. Para a artista, a mijunh possui as energias presentes na água e que vem do sol e da lua, um ser que rompe com dicotomias temidas como o bem e o mal. “Ela também representa o que a gente não consegue se desconectar: nossa ancestralidade.” A abertura da exposição acontece no dia 15 de outubro às 20h com a presença das artistas e uma performance de Geórgia Macedo e Iracema Gah Teh. A bailarina, sendo conduzida por histórias e cantos em Kaingang que Gah Teh traz ao longo da performance, desenrola-se de um tecido de 22 metros de comprimento que cobre a completamente, trazendo a presença dos seres mitológicos.

Exposição:
Performance fotográfica: Iracema Gah Teh e Geórgia Macedo
Fotografias: Aruna Cruz
Serpente de cipó: Vera Kaingang
Artesão: Kia Kaingang

Performance da abertura: Iracema Gah Teh e Geórgia Macedo
Intervenção sonora: Thiago Ramil
Iluminação: Kalisy Cabeda

Geórgia Macedo, mestra em Antropologia Social pelo PPGAS/UFRGS e bailarina. Trabalha com a nima Cia de Dança, com direção de Eva Schul, e possui sua pesquisa autoral. Com sua primeira criação, Afluência, foi indicada ao Açorianos de Dança (2020) por espetáculo do ano, bailarina, coreografia, direção e destaque em dança contemporânea. Tem experiência internacional com Les Gens de Uterpan (Paris-FR), 2018, como elenco da performance Pièce en 7 morceaux. E, com a Cia VALLETO (EUA/México), 2020, na montagem virtual MOON. Realizou preparação corporal do elenco Guarani para o longa-metragem de ficção Jepota, com direção de Augusto Canani e Carlos Papa Guarani (em pós-produção pela PRANA Filmes). Sua última criação é “Água redonda e comprida”, 2022, criado com financiamento do Instituto Goethe e o Centro Municipal de Dança de POA, e quem vem circulando no Brasil. Recentemente participou da residência Puertos de Sur a Sud do Instituto Goethe e que reuniu artistas da Colômbia, Argentina, Venezuela, Uruguai, Chile, Brasil e Paraguai.

Iracema Gah Teh, multiartista, Cacica da Retomada Gah Reh (Morro Santana/ Porto Alegre) e Kujá (liderança política e espiritual) do povo Kaingang. Participou do espetáculo de Afluência, na V Mostra de Artes Cênicas do Glênio Peres; do Projeto Esquadros, através da projeção da artista Jana Castoldi, no Porto Alegre Em Cena (2021); fez a direção e roteiro do curta metragem de animação “Ga Vi: a voz do barro”, produzido pela Tela Indígena e pelo Conselho de Missão entre Povos Indígenas. É orientadora cênica do espetáculo Água redonda e comprida, recebendo o prêmio Açorianos de Dança 2022 na categoria “Destaque Técnico-Artístico”. Também faz parte da ANMIGA – Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da ancestralidade, tendo forte papel de aconselhamento e reivindicação dos direitos da terra e da floresta.

Vera Kaingang é artista visual do povo Kaingang, educadora e estudante. Cursa Artes Visuais na UFRGS e professora da escola indígena Kaingang da Ẽma Fág Nhin. É orientadora de estudos na Ação Saberes Indígenas na Escola (MEC/UFRGS). Como artista visual, criou a identidade visual da IV Mostra de Cinema Tela Indígena, realizou exposições no Museu da UFRGS e Memorial do Rio Grande do Sul. Criou a identidade visual do álbum musical “goj tej e goj ror, as águas são nossas irmãs”, produzido pela produtora Tela Indígena através do Natura Musical.