Enxame | Essaim

Instalação sonora de Felix Blume
Abertura: 12.12, 18h
Local: Sala Radamés Gnattali (CCMQ)

Endereço: Rua dos Andradas, 736, Centro Histórico de Porto Alegre, 5º andar

A instalação sonora Enxame é composta por 250 alto-falantes, em que cada um reproduz o som de uma abelha. Suspensos no espaço expositivo, os aparatos lembram um enxame e possibilitam que o espectador tenha diferentes experiências de escuta: tanto bem próximo de cada abelha, quanto uma escuta geral, do grupo.

O visitante é convidado a se aproximar desses pequenos seres e a se integrar ao enxame: uma imersão sonora com as abelhas.

Na fase de pré-produção, foi construído um estúdio de gravação especialmente projetado para captar o zumbido das abelhas enquanto se alimentavam em seu interior. Foi um processo realizado com a colaboração de 250 abelhas da colônia do apicultor Dominique Hardouin.

O estúdio nos ajudou a materializar a ideia de “dividir a multidão” e perceber as sutilezas de cada voo. Uma vez decomposto o enxame, a instalação sonora possibilitou sua recomposição utilizando centenas de alto-falantes suspensos. Ouvimos seus cantos, gritos ou conversas em um coro aéreo, como se essas vozes nos trouxessem testemunhos singulares de operárias que tendem a passar despercebidas.

Félix Blume

Félix Blume (França, 1984) é um artista sonoro e engenheiro de som. Ele trabalha e vive atualmente entre o México, o Brasil e a França. Usa o som como matéria prima em peças sonoras, vídeos, ações e instalações. O seu processo é frequentemente colaborativo, trabalhando com comunidades e usando o espaço público como contexto no qual explora e apresenta seus trabalhos. Sua prática envolve uma compreensão ampliada da escuta, como forma de estimular a consciência do imperceptível e como ato de encontro com o outro. Seu trabalho envolve os sons de diferentes seres e espécies, desde o zumbido de uma abelha, os passos de uma tartaruga ou o canto dos grilos, além de diálogos humanos com contextos naturais e urbanos. Está interessado na interpretação contemporânea dos mitos, no que as vozes podem dizer além das palavras. Suas peças sonoras foram transmitidas em rádios de todo o mundo. Recebeu os prêmios “Soundscape” (2018) pelo seu vídeo Curupira, bicho do mato e o prêmio “Pierre Schaeffer” (2015) pela sua peça Los Gritos de México no Phonurgia Nova Awards. Seu filme Luzes do deserto recebeu o primeiro prêmio de Curtas-Metragens Internacionais no Festival L’Alternativa CCCB (2021) e o Grande Prêmio de Videoarte no Festival Côté Court (2021). Participou de festivais e exposições internacionais como a Bienal da Tailândia (Th), Tsonami Arte Sonoro (Cl), CTM Berlin (De), Berlinale Forum Expanded Exhibition (De), Rotterdam IFF (Nl), LOOP Barcelona (Es), Belluard Festival (Ch), Sonic Acts (Nl), Lisboa Soa (Pt) e Donau Festival (At). Seu trabalho foi apresentado em museos como o Museu Reina Sofía (Es), Centre Pompidou (Fr), Domaine de Kerguéhennec (Fr), Fonoteca Nacional México (Mx), Ex Teresa México (Mx), CCCB Barcelona (Es) o Musée Réattu (Fr), entre outros. Suas obras fazem parte das coleções do Centre National des Arts Plastiques (Fr), do Campus da Universidade Autônoma do México (Mx), Klankenbos (Be) e do Instituto Nacional de Belas Artes (Mx), entre outros.